É
curioso ler "Ensaio Sobre A Lucidez" em época de
protestos. Tanto na história de papel quanto na história de carne e
osso (e bombas e balas de borracha), o povo justificou o uso do
artigo definido. E, nos dois casos, os governos ficaram um tanto
perdidos...
No
livro de José Saramago, a população da capital de um país vota em
massa em branco. Sabotagem? Ou cansaço de incompetência? O governo
fica com a primeira opção, cerca a capital, declara estádio de
sítio, ninguém-entra-ninguém-sai, busca enlouquecida por culpados.
E nem passa pela cabeça deles querer saber o motivo da insatisfação.
Os
dois protestos foram contra a política tal como ela é feita. Não
foi especificamente contra ninguém, nem contra partido A ou B. O
governo do livro responde com estupidez, inclusive empanturrando (e,
depois, bem mais do que isso) a mulher do médico que aparece no
romance "Ensaio Sobre A Lucidez".
Contra
o voto? Não. O escritor português mostra como a união e o uso de
uma ferramenta democrática oficial pode combater a oficialidade
tosca, que suga a sociedade ao invés de servi-la (sua obrigação).
É a população corroendo o esquema por dentro. 2014 está aí...
Título: Ensaio Sobre a Lucidez
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 328
Preço médio: R$ 52
Assisti esse filme e apreciei deveras.
ResponderExcluirPercebo que seu blog está em pausa, e é uma lastima.
pois tem conteúdo.
Abraço Cordial do amigo ChapeSamma