O
que aconteceria se estivessem juntos, bem pertinho um do outro,
Nelson Rodrigues, Millôr Fernandes, Henfil, Pelé, Joel Silveira,
Ivan Lessa e João Saldanha? Simples: talento jorrando pra todo lado.
O melhor é que isso já acontece, no (incompreensivelmente) pouco
falado site do jornalista Geneton Morais Neto.
Em
2008, para um trabalho de faculdade, tive a honra de fazer uma breve
entrevista com Geneton sobre o www.geneton.com.br
– fundamental para quem quer conhecer personagens fantásticos de
um ângulo original. Bom, quando um mestre fala é bom prestar
atenção. Então...
Como
o senhor teve a idéia de criar este site?
O
site é apenas uma maneira de expor e tornar acessíveis entrevistas
e reportagens que, de outra maneira, estariam "mofando" nos
arquivos. Não é um blog, porque não tenho tempo (nem disposição)
para um exercício de atualização diária. Mas pode ser útil para
eventuais internautas que estejam em busca de informações sobre
nomes como Paulo Francis, Joel Silveira, Ivan Lessa e tantos outros.
Não
há propagandas nele. O senhor o “sustenta” com sua própria
grana?
O
custo é irrisório. De três em três meses, pago uma taxa pela
hospedagem do site. É esta uma das vantagens da revolução
provocada pela Internet: hoje, é possível publicar sem gastar. É
como se cada um pudesse ser dono de um jornal.
Nunca
houve reclamação pelo fato de o site ter matérias tão longas, com
pouquíssimas fotos, como a entrevista com o Nelson Rodrigues, que
tem 40 mil caracteres?
Não.
Os textos não foram feitos para a internet. A entrevista com Nélson
Rodrigues, por exemplo, é um capítulo de um livro que publiquei há
anos. Além de tudo, o espaço na Internet é livre. Em tese, não há
limites. O único limite é ditado pela paciência e pela disposição
dos eventuais leitores.
Além
de ninguém meter o bedelho, quais são as outras vantagens de se
escrever num site?
A
grande e insubstituível vantagem é o fato de que, na internet, um
repórter pode publicar suas entrevistas e reportagens sem
interferência de "alienígenas" - entre eles, os editores,
com suas temíveis tesouras.
O
senhor acredita que a internet vai um dia substituir o papel?
De
início, eu achava que não. Mas hoje tenho minhas dúvidas. É
provável que os jornais de papel sobrevivam, mas com outro espírito.
Não podem continuar publicando na primeira página, como se fossem
novidades, notícias que o leitor já conhece desde a véspera.
Quanto
tempo o senhor acredita que o jornal de embrulhar peixe vai durar? E
as revistas?
Tanto
os jornais como as revistas sobreviverão, mas serão consumidos,
acho, por uma faixa específica de leitores. As multidões
frequentarão os sites.
Seu
site é licenciado pelo esquema de Criative Commons. Muita gente já
o usou para alguma coisa?
Para
dizer a verdade, não tenho idéia. Aliás, eu nem sabia que o site
era licenciado! A única utilidade do site, acho, é a de matar a
curiosidade de eventuais visitantes sobre as grandes figuras que
entrevistei. Também pode servir como passatempo para quem esteja com
insônia.
O
senhor nunca pensou em transformar o geneton.com.br num site
multimídia, com, por exemplo, trechos de vídeos?
Adiante,
pode ser. Por ora, o geneton.com.br cumpre o papel que lhe cabe: é
um site simples, feito por uma pessoa nas (poucas) horas vagas.
Nasceu para ser um "armazém" de textos. As portas estão
abertas para os fregueses. Resta-me torcer para que as visitas não
saiam decepcionadas.
Geneton e Joel Silveira: a Terra deve ter parado de girar
para assistir a este encontro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário